Amhaj

Para que possais trilhar a senda luminosa é preciso responder ao Chamado. Isso significa vencerdes provas, nas quais terão confirmado o vosso elo com a verdade e com a luz. Todos os seres, um dia, penetram essa senda e alcançam a Morada Celestial. Porém, eons se passam até que o ciclo se consume. Não vos intimideis frente ao mal. Não desafieis o inimigo. Não retardeis vosso caminhar pelo clamor do passado. A poeira dos tempos será lavada do vosso ser; novas vestes trajareis, e grande será o júbilo da libertação. Porém, nessa senda pisareis sobre rosas e espinhos, e devereis aprender o mistério do Bem. É tempo de justiça. É tempo de graças. Magnífico poder, o Irmão Maior se aproxima. Silenciai vosso coração e acolhei o grande amor. Tendes a Nossa paz.

Hierarquia

Thursday, October 20, 2011

Oposições

Foi dada autorização para que a Humanidade se começasse a perceber a si própria como seres irradiantes e focos criadores. Isto implica que o ciclo da Terra está a chegar ao fim e uma nova potência está a revelar-se dentro de nós.

Estamos numa etapa de mudança de poderes, de governo, de actor, dentro de nós.

Uma das naturezas da criação é a tendência para operar segundo matrizes que se repetem a si próprias – hologramas – leis que se reproduzem a si mesmas umas às outras, que se vão fixando em planos cada vez mais concretos e uma dessas leis é que o Universo funciona por trindades, por triângulos amorosamente ligados por sinergias trinas.

Nós somos, exactamente, uma expressão da mesma força criadora que gera um planeta, e a estrutura em nós é igual. Um planeta tem uma crosta, um manto e um núcleo de fogo. Nós temos uma personalidade, uma alma e uma mónada, é exactamente a mesma matriz.

O que é que se passa dentro de nós? Que céu e que inferno competem pelo trono da nossa consciência? Porque é que quanto mais lúcido eu me torno mais vastas são as regiões de sombra e de luz que me é dado conceber? Porque é que esta escada em caracol é tão complexa? Porque é que não basta abrir a cortina e deixar o Sol entrar, porque é que quando isto acontece alguma coisa terrível se move lá atrás no profundo da casa? Porque é que a entrega de si não é um facto simples, imediato e consumado?

Esta estrutura trina (crosta, manto, núcleo) que se reflecte em nós como uma personalidade, uma alma mediadora e um núcleo criador absoluto no centro de nós, foi criada para demonstrar, perante a Lei Suprema, que o Amor conquista tudo. Então, nós somos uma destilaria de Amor.

Esta crosta, a personalidade, tem a vocação do mundo. O mundo, a grande horizontal, é a legítima vocação do ser. O mundo é para ser assimilado pela natureza da personalidade. Negar o mundo é frustar a personalidade.

Esta crosta, que por natureza está virada para fora, tem a vocação predatória perante a grande vastidão. A qualidade predatória é sentir que não estou satisfeito com os meus horizontes. Esta pequena aldeia está esgotada. O meu coração humano tem sede de toda a gente e de toda a parte, ele quer o mundo em todo o detalhe, em toda a sua carga poética e com toda a violência das sua contradições. Ele quer o mundo porque estruturalmente ele é um amante do mundo, essencialmente do grande desafio que é posto à personalidade humana.

Não temas a extensão. Aqui tens os oceanos, aqui tens as crateras, aqui tens todos os corações de todas as mães, de todas as crianças, de todos os velhos, aqui tens toda a arquitectura e aqui tens todas as doenças, toda a alegria, todo o medo, toda a fome, o êxtase físico e a agonia da morte, são todos teus. Tens o profundo dos oceanos e as aves do céu com asas de uma brancura onírica e toda esta imensa amplitude é tua. E como Gapeto encheu o mundo de mistério, Pinóquio vive a grande alegria de todos os dias de manhã olhar pela janela, o Sol ter-se levantado e é um novo dia... e eu não sei absolutamente nada mas preciso de abraçar o mundo.

Esta vocação para o mundo é um dos grandes fermentos da cultura, da nobreza, da poesia, do acto estético, científico, social e esta crosta que envolve o manto e o núcleo recebe um mandamento: “Vai e explora. Vai e conhece. Não te satisfaças com os grandes azuis e os grandes vermelhos, não percas a percepção dos delicados turquesas, dos esmeraldas, dos verdes água, dos ocres, não temas a extensão”. Então, existe em nós este poderoso ser que vê com um olhar poderoso, generoso, exacto, a Grande Extensão. E é absolutamente fundamental para uma saúde psíquica profunda a visão clara, amorosa, do grande oceano das possibilidades exteriores porque há uma vocação como: a invenção dos dias; a invenção da vida; a invenção da experiência.

O mundo está cravejado de contradições e se a vocação da personalidade é abraçar o mundo com as suas rosas e os seus espinhos e é expor-se como um idiota santo ao mundo, se a vocação da personalidade é este chamamento poderoso para a extensão, para a pilotagem, quando os altos contrastes se formam à nossa frente, quando as grandes contradições se anunciam, quando as luzes e as sombras parecem tão interpenetradas umas nas outras como dois gémeos siameses e tu não sabes onde pôr o bisturi... Alguém já teve a experiência de não ser fácil fazer um juízo moral, como falar da eutanásia: e uns acham, completamente, sim e outros acham, completamente, não, mas tu não és nem a pessoa que está na cama a sofrer, nem o cirurgião?! Quando a luz e a sombra, a verdade e a mentira, a beleza e a fealdade, a perversidade e a santidade estão tão interpenetradas numa mesma malha... Porque é que os lobos são tão predatórios e tão belos ao mesmo tempo!? É muito complexa a Grande Extensão!

A natureza divina coloca-nos toda a complexidade, todos os opostos, todos os contrastes para que, perante os opostos, tu sintas a impotência total da crosta para resolver o mundo.

Quando a personalidade humana compreende a “ópera “ com estes contrastes todos e percebe que o coração humano quer o poder de saber o que vem a seguir, a crosta, a personalidade, pela sua vocação para explorar o máximo do mundo, ela, entregue a si própria, gera o predador sombrio, gera uma entidade desordenada. O que éramos nós sem alma e sem mónada? A vocação de conhecer o mundo é a parte do ser total que está virada para fora, a nossa personalidade que é convidada a conquistar o Universo.

O que é interessante é que tu partes à conquista do mundo e enquanto os contrastes, os opostos, estão em baixo nível de tensão, tu encontras recursos dentro de ti, isto é, o 4º Raio está na sua primeira fase de elaboração, tu não sentes o conflito, portanto, escavas a busca do equilíbrio da harmonia à superfície de ti mesmo. Digamos, tu vives uma espiritualidade como um gato arranhando a superfície do sofá. De vez em quando oras uma oração com 2 milímetros de profundidade, ela não chega ao manto.

Enquanto os contrastes do mundo são suaves a nossa oração é um esgravatar à superfície da crosta.

Este nível do percurso psicológico no qual os contrastes estão numa tensão mínima, invoca um mínimo de interiorização.

Estão-se a montar cenários históricos que vão fazer com que o Pinóquio e a Heidi fiquem sem saber o que fazer. Quando se diz que foi dada autorização para o Homem se sentir a si mesmo como fogo, significa que vamos ter que fazer um furo hertziano até à mónada, até à centelha divina dentro de nós. Como ninguém faz nada se não vir uma tremenda parede à sua frente ao mesmo tempo que vê 220km no conta quilómetros, enquanto isto não acontece ninguém se mexe, e como a situação mundial é de que o Homem se sinta como fogo, imagine-se o que está a ser preparado para a revelação do espírito, que tipo de ventos vão soprar!

Nós, como personalidade, somos um espelho reflector do grande potencial secreto sobre a natureza das coisas, mas se eu não tenho consciência disto eu não reflicto nada, eu sou um conquistador. Tu vais-te ocupando de grandes extensões externas sem nenhuma penetração no manto.

O Universo vai abolindo, cada vez mais, os contrastes, os opostos, a consciência das contradições, a consciência do bem e do mal, da luz e da sombra, de que não é fácil julgar o outro e à medida que a dualidade vai ampliando a sua potência e quando a dualidade aumenta a sua potência de tal forma que tu estás a falar de ecologia com a luz acesa, que por sua vez está a queimar a atmosfera em termos de centrais termoeléctricas, e quando tu já não sabes distinguir a economia branca da economia negra... Hoje há uma miscenização das duas economias (branca e negra) está tudo misturado e onde a miscenização está mais avançada é na América Latina e na Rússia. Houve uma quebra de fronteira.

A única solução é a criação de bancos transparentes, bancos como cristal de quartzo, bancos que se comprometem a utilizar vastos recursos económicos para construir um projecto de Humanidade.

É quando o Pinóquio começa a descobrir que o gato e a raposa não são assim tão amigos mas por outro lado ele também não se teria transformado num menino de verdade se não tivesse arriscado e é nesta proporção que a personalidade começa a passar do nível de esgravatar à superfície da crosta – que é o espiritualismo confortável dos nossos tempos – para um mergulho no manto, para uma autêntica abertura ao poder do manto. Enquanto eu sinto poder pessoal para resolver os meus conflitos, os meus contrastes, as minhas contradições, estamos no mundo da crosta.

Há duas realidades associadas à personalidade: o carma e os pólos em desequilíbrio dentro de nós que marcam fortemente as vidas das pessoas, isto está associado ao fogo de fricção. Às vezes são os grandes sofrimentos que humanizam as pessoas pelo que, talvez o sofrimento não seja assim tão mau. O carma e os contrastes estão ligados à personalidade com a qual lida a toda a hora. Essa ligação é o fogo dos contrastes, dos conflitos.

Há 6 grandes grupos de oposição e contradição dentro de nós relacionados directamente com o zodíaco e a vida da personalidade, é a vida do homem zodiacal, dos contrastes entre os signos.

A lei do carma rege a vida da personalidade e a lei da crosta do planeta. A seguir dá-se a etapa de transição da crosta para o manto, aí sais gradualmente da lei do carma e entras na lei do darma que é também a lei da harmonia dinâmica, tu começas a criar equilíbrio entre todos os contrastes. Na arquitectura do Universo o Divino criou esta personalidade criada para fora e diz: “Vai, conquista, o mundo é a tua arena de experiência”. O que ele não diz é que não há na personalidade nenhuma chave capaz de resolver e equilibrar o mundo, isso pertence ao reino da alma.

A alma guarda todas as chaves, todas as respostas que curam os contrastes do mundo, isto é, a lei da crosta é expandir para o exterior, por um processo de intensa paixão, então, ela faz isto mas não tem nenhuma resposta, não tem luz.

A luz é a solução verdadeira para cada segundo da vida. Luz é a resposta autêntica de um plano superior para cada problema da tua existência. Tu tens que gerar luz instantaneamente e ao segundo. Cada situação na vida é um convite do teu ser maior a escavar mais fundo em ti mesmo. A vida exterior é uma estratégia para te levar para o interior. A vida exterior é uma metáfora através da qual tu vais percebendo escalas de contrários, de vibrações cada vez mais difíceis de definir – híbridos – e à medida que se vê a tremenda hibridação entre a sombra e a luz neste planeta, em que se vê a neurose da freira e a santidade da prostituta, tu dizes: “isto é um híbrido!” Nesse momento tens que usar a luz viva, a luz que nasce no minuto. Esta luz é puro amor porque se eu já sei como é que se resolvem as coisas eu já estou fixo na crosta. A luz viva é a grande delícia e a grande dor do mundo, é a capacidade de extrair a luz da sombra ao minuto.

Enquanto não nos habituar-mos que a grande delícia é também a grande dor não compreendemos a natureza de Cristo e vamos achar que ele sofreu na cruz... Não sei que factores psicológicos estavam ali a actuar! Se calhar sofreu... e... não sofreu, é toda outra psicologia!

Quando olho uma gota de água num microscópio razoável eu nunca mais vou beber água na vida porque aquilo é um terror! A gota de água é, por excelência, a imagem da verdade interior e da transparência do espírito até ao dia em que a pomos num microscópio.

Nós estamos num universo em que há uma mescla de oposições, de contrastes, e nessa mescla, enquanto eu estou numa experiência argonómica psicologicamente falando, eu vou adormecendo, é a rejeição do 4º Raio, e, um dia, alguns pregos sagrados aparecem na minha almofada!... Quando chegamos à experiência de impotência que é, afinal, a nudez perante o grande Poder, quando o sol da personalidade se põe num lado do horizonte, o sol do manto, o sol da alma, levanta-se do outro lado do horizonte. Portanto, a noite escura psicológica é a alvorada do espírito.

Se a lei da personalidade é a lei dos contrastes e dos opostos, em que uma coisa não pode dar lugar à sua oposição ao mesmo tempo, a lei da alma é a lei dos paradoxos, a lei da harmonia.

O que é a integração dos opostos? O que é casar as oposições dentro de nós? A imagem bíblica é um leão e uma ovelha a conviverem no Paraíso! Não é isto uma imagem de harmonia? É um completo paradoxo! Isto é possível?

Enquanto que o mundo da personalidade é um mundo de julgamento, imediatista, o indivíduo só entra no seu templo interior, no templo do manto, quando começa a perceber que para passar da crosta para o fogo no centro do planeta de si tem que se ir despindo, constantemente, da imagem que tem das coisas e de si mesmo, tem que ficar poderosamente terno, ternamente perigoso, tem que se transformar numa suástica de amor, num predador de luz. Tudo paradoxos! Tu tens que ir descobrindo, gradualmente, que a partir da personalidade todos os julgamentos dizem uma verdade para rejeitar o seu oposto.

A alma enuncia verdades que nunca têm oposto porque contém todos os ângulos de uma coisa. Enquanto estamos na crosta nós temos opiniões rígidas e muito fortes sobre os comportamentos das pessoas, sobre o mundo, sobre as coisas, à medida que o poder da alma se vai miscigenando e impregnando na nossa personalidade, à medida que o manto é conhecido, à medida que o amor se instala, porque o núcleo de fogo, a mónada, já nem é amor, é criatividade em estado puro, é outra coisa! Mas a alma é esse amor profundo que vive dentro de nós e está sufocado pela nossa visão dual (quando eu vejo uma coisa não vejo o seu oposto; quando um amigo me desaponta eu esqueço-me das horas em que ele me encantou). As emoções não são isso, um olhar fixo no extremo? E quando faço uma coisa com a qual me sinto mal, gero um sentimento de culpa e não consigo criar energia a partir de tudo o que eu fiz bem até hoje. Eu perco a noção vibratória da minha média energética. Ficou cego para o que eu sou integralmente e é quando não vejo integralmente que se instalam os grandes ditadores, que se instalam as grandes manipulações colectivas, que se instalam as grandes visões superficiais das pessoas, que se instala a perca de poder pessoal. Tu vês a força, a luz, a clareza e o amor do outro e não vês o teu. Quando se fala de integrar opostos também se fala disto.

A tua alma conhece os cenários de harmonia, ela contém as chaves de todas as harmonias, portanto, a alma conduz à Paz.

Para harmonizar dois opostos em nós cada um deles tem que ceder alguma coisa ao outro, eles equilibram-se mutuamente.

Há opostos no Universo porque a verdade está no centro. A freira e a prostituta, o que é que está no centro? No centro está a mulher que aprendeu tudo o que uma freira pode ensinar a uma prostituta – o que não é pouco – e tudo o que uma prostituta pode ensinar a uma freira, o que também não é pouco. Ao meio está a mulher que resulta destas duas poderosas figuras arquetípicas – Afrodite/Sofia. Nenhum ser está completo se cria uma e destrói a outra. Mas podia falar do rei e do mendigo ou do individualista e do idealista, são tudo opostos em nós. No centro está o que a alma vai fazer connosco. A alma vai casar todos os contrastes em nós e não nos pode entregar ao fogo sagrado da mónada enquanto não estiver cumprida a lei da harmonia.

O carma é o que acontece quando somos arrastados para um pólo rejeitando o outro. O darma e a lei da harmonia é o que acontece quando cumprimos o trabalho da alma, quando escavamos para além da crosta e a água fresca da alma inunda a nossa psique e, de repente, ficamos imobilizados pelo poder do amor.

A imobilidade extremamente dinâmica produzida pelo poder do amor chama-se PAZ. O amor é uma disposição psicológica aguda para integrar todos os factos presentes numa situação de uma pessoa.

Amar é tentar compreender o outro em todos os seus aspectos. Amar-se a si mesmo implica aceitar todas as faces de si e nessa aceitação extrema ser liberto das superfícies do poliedro e entrar na jóia central. Isto pode ser o trabalho de uma vida inteira. Amar-se a si mesmo é o trabalho, mas isso implica eu aceitar todas as faces de mim.

Yung só é fundamental na história do Sec. XX porque ele olhou para onde ninguém queria olhar, que foi para dentro, mas em vez de olhar para dentro, para a suprema luz, ele olhou para a sombra, para aquilo que é mais primitivo em nós, mais inadaptado, mais primário e amou isso. Afinal um olhar de 50 anos sobre a sombra, – que foi o que yung fez entre outras coisas – é Amor!

A sombra é tudo o que tu achas que não és, mas és. A sombra é o nosso egoísmo, o nosso lado mesquinho, a nossa mentira permanente, o preferirmos manter-nos na ignorância, o pensamento que temos acerca dos outros em função das aparências, tudo o que em nós é rude, primitivo, inadaptado, tosco, é aquele aborígene original que trazes destro de ti. Yung ajudou a parte primitiva do ser humano a vir à superfície.

Nós estamos a aprender a observar com um olhar delicado, cuidadoso – isto é uma grande conquista psicológica colectiva – e porque há mais alma no ar é que ficou tão difícil um ditador americano, ainda que aparente ter sido eleito por uma democracia, convencer o mundo de uma guerra em relação a um ditador não americano.

Há 60 anos era muito mais difícil porque as pessoas só tinham duas posições, hoje há mais, não é tão simples dizeres três coisas e fazer uma guerra! Este aumento do pensamento e da visão de vários ângulos, por minuto, é uma grande protecção, é a alma a emergir.

O amor implica eu aceitar ver todos os ângulos de um ser. O amor é integração, é uma percepção de todas as faces da realidade.

O que a alma está a tentar fazer em nós é nascer para esse poder de dignificar tudo no outro e em nós mesmos. Enquanto estamos na lei do carma estamos presos à crosta, não se pode sair da Terra, só se pode sair mecanicamente e virtualmente, isto é, através de um foguetão. Quase tudo o que se tem feito para chegar a Marte já leva a mensagem do Universo, “Não é assim!” Então as sondas estatelam-se, desaparecem..., não funciona, porque não é pela crosta que se sai da Terra, é pelo manto e depois do manto pelo núcleo de fogo e quando tu chegas ao núcleo de fogo acontece a Ascensão. Ascensão é o nome que se dá à intensificação do coeficiente de luz num ser até que a lei da morte se quebra.



O que está no núcleo, a mónada, é uma estrela. A Terra é uma estrela arrefecida, um ser humano é uma mónada congelada. A nossa personalidade tem uma baixa temperatura e o manto é toda uma gradação desde o vermelho ao violeta.

A tarefa da alma é levar a nossa consciência de um plano para outro, ao longo do manto, cada vez mais para o fundo.

Quando a partir dos anos 80 começou a ser comunicado à humanidade a existência de cidades sagradas no interior da terra, portanto, no manto, isso foi uma forma que está sincronizada com a autorização para que o homem se sinta como fogo e não apenas como crosta. O fim da cultura, da história, do processo dialéctico é quando a consciência deixar de se identificar com o fogo e a Hierarquia já está criando isso.

Os centros intraterrenos, portanto, as retortas de alquimista sagradas, secretas, que estão por detrás das nossas movimentações, são escoltas de grandes seres que nos vão acompanhar na saída da crosta e no mergulhar cada vez mais no manto.

O que é mágico, belo, no facto dos centros intraterrenos serem intraterrenos, não é teres uma série de santos a fazerem espeleologia, que falta de ar! Eles estão numa dimensão que, topograficamente, é abaixo da quota da superfície da terra. É uma dimensão que contém elementos geográficos – leiam as “Viagens de o”Marco Pólo, ele foi levado a uma dessas cidades. Pode ser um símbolo, pode ser onírico, ou pode ser o que a Blavatsky sempre insistiu: “Eles existem, eles estão próximo, eles têm bases secretas, eles fazem o que quiserem com o espaço, o tempo, a matéria, a energia”, e nesse sentido, os centros intraterrenos são escoltas que ajudam a nossa consciência a deixar de esgravatar, e no momento em que “as ovelhas estão todas doentes e a Heidi entra em pânico”, eles ajudam a Heidi a começar a orar (abrir). A nossa consciência está a ter as bases da personalidade minadas – é a depressão sagrada em que as pessoas estão a entrar.

Esses centros intraterrenos, essas fraternidades cósmicas que vivem na Terra, são escoltas vibratórias, e o que é mágico, é que à medida que tu deixas de esgravatar à superfície e começas a ir para o fundo do teu ser, e tu deixas de ver apenas o bem e o mal e começas a ter uma série de posições intermédias que te tornam humano e é nesta proporção que tu deixas o mundo da crosta ou seja, a crosta não é ainda humanidade.

A iniciação dos mundos intraterrenos é rigorosamente equivalente à plena humanização que é este coração aberto capaz de intuir, integrar e amar todas as faces do seu semelhante. Nesse percurso interno passa-se da lei do fogo de fricção, a lei dos contrastes, para a lei da harmonia. Mas é a lei da harmonia dinâmica, isto é, os dois pólos de tudo harmonizaram-se em tudo, tu tornas-te um gigante e a paz instala-se.

1ª grande contradição da vida: “Eu ou o outro” – é o contraste Carneiro/Balança.

2ª grande contradição da vida: “Segurança ou risco, continuidade/descontinuidade” – é a oposição Touro/Escorpião.

3ª grande contradição da vida: “Horizontal/vertical, exploração do mundo ou ligação interna, pela fé, a uma meta superior” – é a oposição Gémeos/Sagitário.

4ª grande contradição da vida: “Criança ou adulto, crescer e perder grande parte dos sonhos e da delicadeza e da ternura da criança ou tornar-se adulto e responsável” – é a oposição Câncer/Capricórnio.

5ª grande contradição da vida: “Explorar a individualidade (quem eu sou) ou fundir-me no ideal colectivo, na humanidade” – é a oposição Leão/Aquário.

6ª grande contradição da vida: “Estou cá ou não estou cá” – é a oposição Peixes/Virgem.

Estas oposições marcam toda a nossa vida psicológica.

No primeiro estado tu estás balançando perigosamente entre os opostos como num trapézio voador, de um lado para o outro, com rede ou sem rede, mas a primeira fase psicológica na vida é os opostos contradizerem-se poderosamente uns aos outros.

A segunda etapa tu já puseste uma corda entre as duas torres, já é a etapa do equilibrista. Tu já estás a andar de um lado para o outro com a vara que te está a equilibrar o tempo todo e tu estás a aprender a lei da harmonia. Este equilibrista já criou uma corda entre os opostos, ele está a aprender a percorrer com equilíbrio o espectro vibratório entre dois grandes contrastes.

Na terceira etapa de desenvolvimento psicológico, que é a etapa final, não há mais dois pólos e tu estás no alto de uma torre ao centro. Na terceira etapa a alma terminou o seu trabalho e tu entraste na lei da revelação emergente.

3 Leis: – Lei do Carma, que é a lei dos opostos. Rege toda a vida da personalidade.

– Lei da Harmonia ou do equilíbrio progressivo. Rege toda a vida da alma.

– Lei da Revelação Emergente que é o poder do fogo no núcleo do planeta de vir ao de cima - (nível monádico).

Esta lei – Revelação Emergente – é o que acontece quando tu sintetizaste os opostos.

Sintam em que nível é que estão. Uma pessoa pode estar no 1º nível num par de opostos e no 3º nível noutro par de opostos. Tu podes estar completamente tosco num nível de contradição e totalmente iluminado noutro nível. Tanto assim que tu olhas para o teu irmão lá em casa e aquilo que para ele é totalmente disfuncional, para ti já vem de vidas anteriores completamente trabalhado, para ti aquilo não é sentido como uma oposição.

A alma é o porto de partido no cento da potência zodiacal que depois te permite sair da dimensão zodiacal para a mónada.

O Zodíaco é a grande roda da vida. A alma tenta equilibrar tudo no centro e só depois da lei da harmonia ter sido cumprida, que é a última lei do homem, é que é possível a mónada gerar Ascensão.

A Ascensão é o resultado de uma harmonia profunda no nível da personalidade porque: ou o céu é um céu primário e então Eles fazem ascender pessoas que têm regiões da consciência ainda por harmonizar, e depois dizemos: “Foi uma graça”! Mas eu não sei se tu queres uma graça que anula o direito a fazer uma síntese! Eles podem-te tirar daqui em 5 minutos e rematerializar-te numa base nos subterrâneos do Hawai. O facto de teres a gravidade a produzir massa nas tuas moléculas, isto para nós é um imperativo, para Eles é um conto de fadas! Gravidade, o que é isso? As naves modelam gravidade como nós modelamos barro. Quando uma nave pára no ar, pára sobre um pilar de gravidade. A gravidade é a última energia que a física consegue compreender. Sabe-se que existe, é inerente ao Universo, não se sabe qual a origem e qual o processo causal que gera gravidade. Isto é da 3ª dimensão para baixo, como Eles estão na 5ª e na 6ª dimensão, gravidade é como para nós ar condicionado!

Tu só és físico porque onde há gravidade há massa, porque senão eras luz.

Eles podem fazer qualquer coisa só não podem produzir ascensão, que é o desbloquear o fogo sagrado no centro de um ser, que está travado.

A nossa luz monádica, o fogo no núcleo do homem está travado e a Hierarquia deu autorização para que ele seja destravado, para que o homem se sinta como fogo criador vivo, como energia divina plena. Ele está travado porque há uma espécie de diálogo entre a Hierarquia, que é o grande psicólogo e Shambala que é o grande não psicólogo.

Shambala, Miz Tli Tlan e os centros intraterrenos mais avançados é onde estão localizados os Concelhos de Revelação e Activação Cósmica Superior. Eles definem os ciclos e as voltagens do despertar da humanidade. Shambala guarda o acesso à turbina principal da Terra, ao kundalini planetário e às antenas extraplanetárias da Terra. Estas são os receptores de raios de instrução superior que equilibram o desbloquear o kundalini planetário. Tem que haver um equilíbrio entre Logos e Eros.

Eros é o kundalini planetário em emergência progressiva, é a potência de iluminação de baixo, as estrelas que vêm de dentro, do fundo, e Logos são as instruções extraplanetárias que entram por antenas que são os espelhos do Cosmos na Terra. Esses espelhos captam a informação necessária para dar estrutura ao Eros.

Eros é libido, é potência planetária pura.

Logos é estrutura, direcção, ordem, sequência.

O equilíbrio entre Eros e Logos gera a elevação da Terra – é a própria Cruz.

Este é o tipo de problema que os Mestres têm e o nosso próprio fogo está comprimido porque há uma espécie de dança entre a Hierarquia e o Rei do Mundo. O Rei do Mundo diz, a partir dos anos 50: “Libertem o fogo do homem, destravem a Merkaba. Que a vibração do sagrado desperte poderosamente no âmago de todos os seres”. Como o corpo do Rei do Mundo é feito de Anjos e de Devas da mesma forma que o nosso corpo é feito de células, estas hostes precipitam-se sobre toda a Terra e cantam o mantra do despertar maior.

Sanat Kumara é um ser que veio de Vénus com mais 6 kumaras para ajudar a Terra a reencontrar o seu caminho. É uma entidade anterior à função de Cristo. Cristo é uma entidade salvífica de emergência, o Rei do Mundo é um ser que está por detrás.

Cristo é um atractor? A questão é se existe contradição entre o Rei do Mundo e Cristo. Se formos bem para o fundo, todos Eles são o mesmo. Se nos deslocarmos para fora a Hierarquia ganha uma diferenciação cada vez maior. Morya, Seraphis, S. Germain, Stª. Isabel de Portugal, agora, se formos bem para o fundo, a diferenciação começa a desaparecer e ficamos com um vórtice de fogo branco, dourado, violeta total.

O Rei do Mundo é um dos dez biliões de Cristos desta galáxia, a menos que queiramos pôr toda a energia crística do Universo dentro de um palestiniano há 2000 anos atrás. Cristo é um nome grego, antes de Ele se chamar Cristo que nome lhe vamos dar? Ele é anterior à linguagem!

A Hierarquia é o grande psicólogo da humanidade. Ela está sob a lei do 2º Raio que segue a psicologia. Shambala rege a descida pura do fogo sagrado – está sob a lei do 1º Raio.

O Rei do Mundo e as entidades superiores disseram: “O fogo pode ser destravado” e a Hierarquia diz: “Precisamos educar profundamente o homem na harmonia psicológica” Estes dois factores estão em metabolismo.

Estamos num tempo de revelação ou de cura? Estamos num tempo de descida da força ou de cuidadoso auto conhecimento? Estamos num tempo iniciático ou psicológico? Claro que o que está a vir do fundo de nós é uma coisa só! Então, se é uma coisa só vamos estudar as oposições.

1ª oposição: entre Carneiro e Balança e o contraste entre Eu e o Outro. Numa primeira fase tu tens o eu contra o outro. É o guerreiro no seu primeiro estágio de desenvolvimento.

A afirmação de mim ofende o outro. A minha espada é de ferro e fere. A primeira oposição no caminho da harmonia é entre o eu e o outro. Ciclicamente, o eu, de cheio de vergonha e de culpa, por ter afirmado o eu com tanta força, a consciência cai do lado de lá e só pensa no outro. E depois de pensar no outro, às vezes vidas inteiras, a consciência de si, a individualidade, esbateu-se, foi perdendo poder e a pessoa afirmou tanto o outro que se esqueceu de si.

Aprender a equilibrar a função “EU”, auto afirmação, identidade, iniciativa, autonomia, é tudo o que Carneiro é com a função do outro: cooperação, ouvir, sentir e amar o outro, integrar o outro no teu campo vivencial.

À medida que percorres este caminho descobres que quanto melhor dignificas o outro mais qualidade tem a tua auto afirmação, até que chegas à condição final em que tu és um guerreiro com o coração aberto.

3 Estágios:

1º – O guerreiro anula a presença dos outros (domínio do poder da personalidade)

2º – Começa progressivamente a integrar os opostos (presença da alma)

3º – O guerreiro compassivo (a alma absorveu a vida da personalidade)

Primeiro as pessoas têm que se abrir profundamente ao poder equilibrante da alma, só depois disto estar implantado em grau avançado é que pode ser destravado o fogo sagrado, por isso podemos falar de Ascensão de uma forma fascinante!

Se não acontece a dosagem, a exposição ao fogo sagrado com uma progressiva harmonia psicológica, nós vimos de uma vida de combate e de contrastes a fazer um contacto hipnótico com o fogo cósmico superior. No meio disto não temos nada construído e isso é o poder da alma de curar esses contrastes.

2ª oposição: Segurança e risco. É a luta dentro de nós entre ficar na continuidade, estabilidade, tranquilidade taurina que rapidamente conduz à inércia ou a atracção pelos abismos – Escorpião. Nas pessoas despertas isto é muito forte, elas já percebem que estão a sofrer o impacto dos dois lados. As que estão a dormir ou estão de um lado ou do outro.

Despertar: é despertar para as oposições, é ficar lúcido, bem consciente.

Escorpião diz: “Por detrás dos Alpes Suíços, da Heidi, das ovelhinhas, tu não fazes a mínima ideia do que está a acontecer! Há lutas tremendas entre arcanjos e entidades que controlam a Terra. Há alturas de luz e abismos obscuros. É a própria esfinge a seduzir-nos para fora da segurança”.

A força de Escorpião é a força para sair do conforto e explorar as alturas e as profundidades: são os riscos, a paixão, a alta intensidade.

Imediatamente Touro levanta-se e diz: “Não tenho nada a ver com isto! Nem pensar! Não me vou perder com isto”. Claro, a pessoa acha que se vai perder! Ela não põe a hipótese de se encontrar. Sempre que se põe a energia de Escorpião toda a gente vê para baixo, ninguém percebe que os abismos para cima também são Escorpião. Ele rege as duas direcções. Então, tu recuas para a horizontal de Touro.

A crucificação é totalmente escorpiónica! Se Jesus continuasse a pastar ovelhas no deserto tinha ficado no nível de Touro, indefinidamente a contar histórias lindas sobre o Pai, a Terra, a verdade, o coração, e quando chegou a Jerusalém e viu “aquela coisa”, com a sua clarividência, via que aquilo era muito escorpiónico para Ele e recuava para Touro... o bom pastor! É escorpiónico pelo controle que Ele exerceu sobre Jerusalém inteira! Nós não sabemos se Ele controlava aquilo tudo! Quase como se Pilatos dissesse:

– O que é que tens para dizer em tua defesa?

– Estava a ver que ele nunca mais perguntava!.... Nada.

E Pilatos diz a deixa dele...

Quem é que controla o quê? É como se o próprio Jesus estivesse a controlar o Pilatos! Ele deixou bem claro que se Ele quisesse chamava hostes inteiras e aquilo parava imediatamente! E isso não aconteceu. Foi uma manipulação escorpiónica profunda. Claro que nós ficamos com sentimento de culpa porque temos o livre arbítrio que permitiu fazer tudo aquilo.

Mas Jesus não sofreu na cruz? Sim, com certeza, mas foi porque quis, fazia parte do processo... porque uma pessoa que umas semanas antes anda a caminhar sobre as águas, qual é o problema de ter um prego espetado na mão?! Ele desliga aquilo! Se Ele optar por não sofrer Ele não sofre. Qual é mais difícil, um prego atravessar a mão ou caminhar sobre as águas?

É escorpiónico porque Ele está num processo de controle, ele sabe o que está a fazer ainda que franjas da personalidade tenham sentido um grande sofrimento.

Então, este processo de ser crucificado para ir mais longe ou ficar na segurança dos pastores é o diálogo dentro de nós entre Touro e Escorpião – contraste entre segurança e risco.

3º grande contraste psicológico: explorar o mundo ao máximo, saber muito pouco sobre muitas coisas, investigar, estimular-se intelectualmente, crescer em termos de verbalização e de linguagem ou seguir o estreito caminho para Shambala – viver, conhecer, experimentar.

Gémeos é um signo de explorar todas as probabilidades ou ficar quietinho na fé ligada ao alto e deixar que a alma nos conduza. Parece fácil, mas ninguém faz! Se se contar o número de workshops e seminários onde já estiveste percebes o que é Gémeos! E se soubesses ficar quieto numa pedra, na fé, na verdade e na luz, estarias, muitas vezes, a destilar mais gotas do que em busca do conhecimento em não sei quantas capelinhas. Isto também é Gémeos.

Seguir o chamamento do alto ou abraçar o mundo intelectualmente, mentalmente, esta é a oposição entre Gémeos e Sagitário. É fortíssima em certas pessoas.

Numa primeira fase, cada vez que estás ligado ao alto começas a desdenhar da pesquisa intelectual e da relatividade de Gémeos e achas que a tua verdade é a única verdade, armadilha na qual Gémeos nunca cai. Gémeos tem o poder de ver todos os ângulos das coisas. Ele é prismático. Ou estás nesse fanatismo e negas o poder da investigação e da razão ou se te diriges aos níveis racionais e exploras as múltiplas probabilidades do conhecimento esqueces-te que há a gnose, que é estar frente a frente com o fogo sagrado, isso é Sagitário.

Isto acontece na primeira fase, uma coisa bloqueia a outra, depois começas a integrar ambas e no final do processo tu és tanto o ser da fé profunda, quanto um investigador sem preconceito – é um estado de gigante.

Estas oposições são a escola da vida, são o processo através do qual deixamos de ser semi humanos e nos tornamos tão refinados que passamos a plenamente humanos.

Mestria não é nem eu nem o outro – é o guerreiro compassivo.
Mestria não é nem busca intelectual estéril nem fé rígida – é o investigador articulado.

Mestria não é nem o pretensioso adulto, snobe que se fechou na sua própria seriedade nem o homem que não consegue crescer, que fica fechado na infância – é um adulto com toda a capacidade política de Capricórnio e é, ao mesmo tempo, um coração terno que constantemente vê um sentido mágico na Vida – Câncer.

Mestria é o que está no meio dos opostos. Enquanto nós andamos de um pólo para o outro a nossa mónada não pode actuar porque ela actua no centro e para tu chegares ao centro do zodíaco tens que encontrar o mestre que nasce da fusão de todos estes opostos.

Toda a nossa vida afectiva, psicológica, instintiva, são os pólos violentamente tentando opor-se uns aos outros. Tu emerges como um ser humano pela temperança progressiva dos opostos. A mónada não pode actuar fora da integração dos opostos.

O que é que resulta da acumulação destas mestrias? Não se pode fundir a capacidade de individuação de Leão, que é a consciência de si como um autor, como um criador, como uma identidade cultural livre. Leão é o sentido do eu, é essa afirmação limpa de “eu tenho direito a existir”.

Aquário – capacidade de grupo, de idealismo grupal, de se fundir em comunidades, de trabalhar em equipa, de criar utopias, capacidade de se esquecer de si para afirmar a identidade grupal. Se isto tudo foi feito à custa do seu Leão, então tu tens outra vez um rebanho, isto é, uma série de ovelhas sem cabeça. Leão é a cabeça que tu levas para a comunidade espiritual. Como fazer uma cabeça dá muito trabalho, toda a gente busca comunidades espirituais que são Aquário sem Leão. A mestria está em ser um cordeiro com cabeça de leão. Ter a capacidade aquariana de trabalhar em equipa ou de ver a humanidade como uma grande fraternidade sem com isso ficar sem cabeça.

No centro destes pólos há sempre um mestre. O mestre interior é a vibração que casa opostos.

Em Carneiro tens o guerreiro que tem de abrir o coração – espada de ferro que se transforma numa espada de bronze, de prata e de ouro. São as 4 idades da espada. A espada de ouro é enobrecida pela capacidade de amar o outro. O que tu percebes é que cada vez que incluis o outro ficas amorfo e cada vez que te afirmas a ti próprio magoas alguém.

A síntese destes pólos: Carneiro/Balança é a capacidade de dizer não com 3 vezes mais amor com que antes dizíamos sim. Isto é a espada de ouro. É a capacidade de pousar a espada para dançar. Os grandes guerreiros deviam ser sempre grandes dançarinos, mas não são, e a nossa sociedade paramilitar tem uma incrível facilidade em formar soldados que, quando regressam à vida civil, não conseguem integrar os outros. Eles foram extremados na condição de Carneiro e quando Carneiro cumpriu a sua função, quando o Estado já não precisa deles dessa forma, abre as mãos, e eles têm que incluir ou outros (a esposa, os filhos – Balança) e não conseguem.

Mas o contrário também existe, que é aquela pessoa que acha, ironicamente, que é metade. Então esta pessoa está sempre em busca do outro, da cara metade, e nunca pára para pensar porque é que o outro nunca aparece. Ele nunca aparece porque tu és um todo, um Carneiro, um guerreiro, e só depois da condição de “todo” ter sido estabilizada é que o Universo pode encontrar o outro todo que tem a ver com este todo. Antigamente casavam-se metades, com a psicologia da nova Terra casam-se “todos”. Hoje a Hierarquia casa um todo com outro todo mas primeiro tens que realizar essa energia de Carneiro sabendo que o melhor do teu guerreiro é para oferecer a alguém.

O Mestre tem toda a elegância de Balança e toda a capacidade de penetração, acção e dinamismo de Carneiro.

A mestria no 2º nível – Touro/Escorpião – tu és completamente passional e completamente estável, equilibrado e sereno.

As pessoas mais passionais são muito desequilibradas emocionalmente e as mais equilibradas emocionalmente nunca nos vão surpreender. Nunca aparecem com o corpo pintado de azul, nunca cantam ópera às 4 da manhã, nunca saem com as crianças para ver as estrelas! Então, muitas vezes está-se em psicoterapia e alguém diz: “o meu companheiro é muito estável, muito fiável, muito seguro”. Hum! Então porque é que você está aqui na consulta?

Escorpião é descontinuidade, é invenção do perigo. Perigo, no sentido yunguiano e metafísico da palavra, é a capacidade de romper com a pele estável para descobrir o que está além. Quando destróis o velho para criar o novo.

Quando Jesus dizia: “Em odres velhos não” (Escorpião). Porque os Touros diziam: “Mas já estão aqui uns velhos porque não se põe aqui o vinho?” “Não, vinho novo, em odres novos”. Isto é Escorpião.

Este processo do adulto/criança que é o contraste Câncer/Capricórnio é o problema eterno de: “Se eu crescer o que é que perco de essencial?” e como já reparámos, da forma como se cresce na sociedade ocidental do Sec. XX, perde-se muito do essencial. É o drama da eterna criança.

A nossa sociedade é muito eficiente a tirar princesas e príncipes do seu mundo de sonho e isso é o chamamento de Câncer para Capricórnio. Tens de acordar, tens de pôr os pés na terra, tens de assumir responsabilidades e construir uma vida. É a fase dos “tens”. O que raramente se pensa é que se está a convidar uma psique virgem a viver num mundo de sonho onde a sua utopia, a sua construção onírica, o seu idealismo, a sua criança interior estão preservados dos factos concretos, está-se a lancetar essa placenta cancereana e a esvazear essa água amniótica em que muitos príncipes e princesas vivem encantados... e uma pessoa pode ser uma princesa aos 50 anos, um príncipe aos 38, ainda não ter enfrentado o facto puro e simples que está na 3ª dimensão e de que tem que assumir responsabilidades horárias, financeiras, de saúde, de natureza afectiva, social, etc. – maturidade, adulto é Capricórnio. E a nossa sociedade é muito boa em fazer falsos capricórnios, que é, lancetar a placenta emocional, extrair a princesa e o príncipe e estatelá-los numa sociedade que não tem o mínimo de interesse. E claro, estes príncipes em nós têm todo o direito de dizer: “mas vocês acordaram-me para isto? Onde é que está o vendedor de iroína mais próximo? As drogas são psiques recusando-se a crescer. Em Portugal a forma antiga de não crescer era o álcool, que é ficar agarrado à mãe. Claro que a mãe vai mudando de forma, vai-se transformando numa garrafa!

A criança que não quer assumir os valores paternos de um curso civilizacional fica presa numa protecção da mãe – complexo materno. É válido sobretudo para o sexo masculino, que são homens que, no fundo, ainda são crianças e tudo o que fazem como adultos é feito com um tremendo esforço e com uma grande angústia, porque, secretamente, o poder de circunscrição da mãe é tão alto e poderoso que: “Mãe existe, portanto, eu não tenho que crescer” e como o Universo é Mãe, mesmo que a mãe morra, eles ficam presos na infância porque o Universo também é mãe. Ficam eternamente dependentes de uma acção materna que vem das coisas, dos outros, da mulher. Transformam esposas em mãe e assim sucessivamente.

A nossa sociedade é muito boa a quebrar isto: puxa o princepezinho do seu asteróide para a Terra, puxa a princesa da sua torre encantada para os factos crus e difíceis do quotidiano, estatela a psique na vida tridimensional julgando com isso que fez um adulto. Não fez. Fez uma criança magoada que está a fazer um enorme esforço para ser um adulto.

O adulto – Capricórnio – é o que resulta de um despertar muito belo da passagem do infantilismo de Câncer para um compromisso com o mundo, mas o príncipe e a princesa não podem morrer nessa transição. Ou seja, é muito fácil pegar num jovem sonhador, dar-lhe uma série de choques com a realidade e transformá-lo numa pessoa produtiva, rentável, disciplinada, metódica, pontual, amarga, triste, desinteressada, deprimida e neurótica. Ou seja, se tu cresceste para descobrir que o melhor de ti ficou fora do crescimento, se ao cresceres o teu sonho de infância, a tua visão mágica das coisas, a tua capacidade de libertar cor através da pele, se isto foi danificado no acto de crescer, então tu tens um Capricórnio perigoso porque é quando nós matamos a criança para crescer, que crescemos para a ambição, para a economia pura, para a competitividade e para a arrogância porque perdemos Lua, perdemos a criança.

Isto é um grande conflito psicológico, um grande choque dentro de nós – “cresço ou não cresço”. Para eu assumir a responsabilidade o que é que morre em mim? A nossa sociedade não sabe nada sobre este nível de mestria. Se eu vou a um stand de automóveis e tento sentir a criança interior do vendedor, ele olha para mim como se eu fosse “gay”. Eu só estou a tentar ver se a criança também está ali, e não está! O que está é uma pessoa que envenenou a sua vida psicológica para encaixar no projecto dos pais e da sociedade. Isso é um falso crescimento, felizmente existe a crise da meia idade para atirar com as pessoas para o chão, que é quando a pessoa atingiu todas as metas que tinha, subiu a montanha e descobriu que aquela não era a sua montanha. Então, temos uma pessoa de sucesso, mas como tudo foi feito asfixiando a sua criança interior, um dia, no pico das conquistas e das vitórias, descobre que subiu a montanha errada, está vazio, não consegue extrair da vida felicidade de espécie nenhuma. E o grave é que se convence que a vida é assim mesmo.

A criança em nós é esta capacidade de estar constantemente à espera que o Universo te faça cócegas e o Universo faz cócegas de muitas maneiras. É estar sempre à espera do mágico, e quando nós éramos crianças isso era a vida. De repente chegam os compressores de Saturno a comprimir a vida psíquica da criança, a tentar extrair um adulto dali!... CUIDADO! É muito fácil tirar pessoas do sonho de infância para os tornar amargos e cruéis, primários.

Quantas vezes é muito melhor ficar em casa do que enfrentar a rua? Isto são as forças de contenção de Câncer, de ficar na água morna do quarto, que é muito a repetição da mãe. Estas forças são muito mais poderosas do que o nosso poder de diferenciação capricorniano de crescimento.

No início do processo psicológico o princepezinho está confundido com o infantilismo, isto é, o melhor e o pior da criança estão misturados. Muitas vezes os pais ao tentarem eliminar o infantilismo, eliminam ao mesmo tempo a criança interior. Como eles estão muito ligados, o pior da criança – “eu quero tudo e já” (é o monstrozinho) – com o melhor estão misturados, e um adulto que cresceu mal não sabe distinguir os dois porque não distinguiram nele! O pai e a mãe tentando que a criança cresça matam os dois. Se não distinguiram para ti, tu não consegues distinguir para os outros. Então, isto vai-se propagando.

Os sintomas desse Capricórnio mal evoluído é que ele é incrivelmente elogiado por toda a gente pela sua capacidade de existir e sente-se, ao mesmo tempo, triste e deprimido, sem tirar nenhuma alegria, nenhum significado da sua vida.

Para eu contribuir que o outro cure isso em si, eu preciso de criar uma arena (que deve ser tão privada quanto a sexualidade) onde o Capricórnio seja convidado a brincar. Se ele desenvolver responsabilidade e dever, se ele caiu no mundo das coisas fiáveis à custa da alegria e do sonho, a psique está desequilibrada, que é o que acontece a 99% das pessoas. Sabem falar da irresponsabilidade das pessoas infantis mas não sabem falar que o sonho, a alegria e o sentido do maravilhoso neles morreu, o que é grave porque a psique precisa de ambos para estar saudável.

Nenhum capricórnio brinca à frente dos outros por isso é preciso criar uma arena íntima onde ele se sinta livre para explorar irresponsabilidade, livre associação, cor.

Como é que se ajuda um Capricórnio a se desencastrar do falso adulto e a incluir a criança interior para depois chegar ao verdadeiro adulto? Criar espaços secretos onde ele possa brincar sozinho. Se alguém morrer ele deve fazer a figura de Capricórnio: ir lá dar os pêsames, levar a gravta, viver o processo fúnebre, etc., ele deve continuar a ser o que é, mas, nas horas vagas, ele precisa criar um jardim mágico, brincar com os pés e rebolar no chão, e à medida que isto vai acontecendo, ele equilibra-se porque Ele começa a perceber o facto de ele reencontrar a criança e o domínio do sonho não afectam, em nada, a sua responsabilidade política, administrativa, social, etc..

O contraste Leão/Aquário é a eterna luta dentro de nós entre esculpirmos um rosto no grande maciço que é toda a gente ou fundirmo-nos na vida colectiva. Individualidade ou colectivização, consciência de si ou serviço aos outros. Muitas pessoas pertencem a grupos de footbal porque não têm identidade própria. “Eu não sei quem sou, mas sei que sou do Benfica”. Toda a gente, para se sentir a si mesmo, precisa de códigos de diferença.

A diferenciação de Aquário é muito pobre. Ela dá-te um código de honra e um grupo ao qual pertences. Pode ser muito poderoso e dar-te uma grande expansão se tu já tens a tua própria identidade. Se não, é venenoso para quem não tem identidade porque te dá uma poderosa identidade que não é tua e tu dizes: “Heil Hitler”. Ele pegou numa série de pessoas leão sem cabeça, sem força, sem rugido próprio e pôs uma poderosa cabeça ali. Então, desce um poderoso ideal aquariano (sombrio) e os plexos solares, que é onde a individuação acontece, foram possuídos.

Se tu não fases o processo de te tornares um indivíduo único, se não assumes a responsabilidade existencial de seres tu, tu vais ser obsedado, inclusivamente, mediunicamente, porque é pelo plexo solar que acontece. Dá-se uma ruptura das membranas de protecção no plexo solar e tu estás constantemente exposto ao plano astral onde se movem as forças colectivas. Portanto, por ausência de Leão tu ficas ligado ao Aquário de baixa qualidade.

Leão é o teu rugido, a tua marca, o teu código energético e tem a ver directamente com a responsabilidade cultural de criar uma pessoa.

Como fazer uma pessoa dá imenso trabalho, então eu caso-me com um homem poderoso ou com uma mulher carismática e dedico-me a ele. Quando se ouve num divórcio: “Eu dei a minha vida toda...” Não! Ele fez-te o favor de te permitir, durante 20 anos, não cuidares do problema existencial de seres tu. Num bom nível, foi um sacrifício, mas o pior disso foi o esquecimento da tarefa existencial de se tornar pessoa, isto é, identidade, prioridades, escolhas, capacidade de pensar por si, autonomia, etc..

Leão é construção de si e se isto não é assumido, as tuas membranas electromagnéticas são frágeis e começas a ser manipulado.

Muitas vezes precisamos de nos encostar a entidades poderosas: partidos políticos, gurus, grupos carismáticos, desportivos, ondas culturais... porque isso nos liberta da incrível tarefa de esculpirmos o nosso próprio rosto na pedra difícil onde a humanidade está toda encastrada.

Aquário dá o contrário, ele pega numa pessoa excessivamente centrada em si própria e coloca-lhe o problema do bem colectivo.

O equilíbrio disto é tu seres tu mesmo e estares totalmente fundido com o ideal colectivo.

O último conflito dentro de nós é: Estar cá ou não estar cá – é o conflito entre Peixes e Virgem.

Quando dizemos muitas vezes: “Eu não sou de cá” tu estás a ser atraído para o pólo de Peixes – imaterialidade, incorporalidade, informal, livre, sem corpo.

Quando as pessoas contemplam, contemplam, contemplam, contemplam, contemplam, e não acontece nada na vida delas, essas pessoas estão fechadas no pólo de Peixes e quando as pessoas dizem coisas lindas, lindas, lindas e tu olhas e perguntas:

– Que golpe é esse que tens na cabeça?

– É que ontem bati com a cabeça num candeeiro.

– Mas o candeeiro era novo na rua?

– Não, está lá há 10 anos, só que eu não vejo o candeeiro.

Tu estás fundido na energia dissolutiva, mecânica de Peixes e não tens óptica, não tens motricidade fina, percepção exacta, não tens rigor.

Este é um dos grandes conflitos: assumo isto, agarro isto, vejo e aprendo a funcionar com isto, torno-me operativo ou bato as asas até ao Sol? O problema de Ícaro é que ele tentou colar as asas com cera. Quanto menos próximo do Sol mais ele voava. Quando se aproximava do Sol, na verdade, as asas, que estavam falsamente ligadas aos braços, o Sol derreteu a cera e ele caiu.

Este é o dilema de Virgem/Peixes.

Virgem é competência, habilidade, instrumento, precisão, rigor, é tudo aquilo que as pessoas místicas não querem ouvir falar. Virgem rege os venenos e os antídotos porque entre os dois pode haver a diferença entre ½ gota.

Virgem diz: “É respeitando a lei da Terra e cumprindo todos os seus rigores exactos que o portal cósmico se abre”.

O resultado é um vasto contemplativo que tem a precisão de um astronauta. Tens uma sacerdotisa que é capaz de transformar a energia divina, que contempla sacerdotalmente, numa energia curativa, exacta, que penetra o órgão.

Peixes sem Virgem é energia espiritual que não encarna. Virgem é a âncora que permite a energia espiritual transformar-se, por exemplo, em energia curativa.

Do lado de lá do radicalismo estão as pessoas que só vêem metabolismo, precisão, rigor. Estão cegos para o facto que, por detrás de todas as coisas que funcionam ou não funcionam, está Deus e Deus funcionam sempre. O equilíbrio nesta zona zodiacal é um contemplativo profundo que é também um astronauta. É uma mística que é também uma cirurgiã. É alguém que tem o coração de um ser que sabe que a verdade final não é material mas que, por outro lado, é “impecável”.

Um grande adulto gera sempre uma grande criança.

Um investigador intelectual livre, racional, positivo, em harmonia com o seu sentido de transcendência, fé e filosofia superior, uma pessoa capaz de, serenamente, tomar chá, de preferência com o seu próprio tigre interior e um guerreiro de coração aberto, são estas as sínteses que geram um mestre em nós.

Isto chama-se a lei da harmonia e a vida serve para isto, para gerarmos estes 6 gigantes, é então que começa a Ascensão. Não há mais nada para aprender na Terra.

A Terra só serve para fazeres estes 6 gigantes, levares o zodíaco radial a um colapso no Amor da alma, depois disto, o poder de tracção da mónada começa.

Shamballa já disse: “Destravem”.

A Hierarquia disse: “Travem porque ainda não acabámos o processo psicológico junto à humanidade”.

Então, aqui estamos nós, travados e destravados ao mesmo tempo.

A humanidade é um 747 na pista e Eles estão, desde os anos 50, a aumentar o poder das turbinas. Tu sentes o divino a respirar em tudo: na flora; na fauna; no homem. O poder do fogo está a irradiar o coração da Terra para todas as coisas. Portanto, as turbinas estão a acelerar e a Hierarquia está a travar para nos dar 10 anos de crescimento psicológico dentro de conteúdos espirituais.

A humanidade entrou numa psicanálise aguda em tempo real.

Entre 2012 e 2015 a Hierarquia e Shamballa destravam o avião, então, isto descola. Quem tiver feito a abertura para a geração dos 6 gigantes, quem estiver harmonizado, tem amplitude de asas para ser levado pelo poder propulsor.

Por André Louro de Almeida                   05/03/2004

Transcrição por Alice Jorge

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